Quadros do acaso
Aumentaram consideravelmente na segunda quinzena de Julho as gentes que o verão costuma, e na estrada, que mais parece uma rua, a calma já vai dando lugar à crescente agitação, com apogeu marcado para Agosto.
Os limites à velocidade acenam-nos em todo o percurso, mas semáforos, só existem os instalados numa zona comercial, que às vezes nos impedem, e nos mais apressados despertam por vezes um assanhado desempenho verbal.
À aproximação do semáforo, reparei em alguém que me pareceu ter a clara intenção de atravessar a estrada em direcção ao centro comercial; abrandei e acabei por parar quando já digitava o mecanismo que lhe dava a cor da passagem segura. Era um homem de meia idade que transportava uma mochila, e acho que era estrangeiro. Porquê estrangeiro? Talvez por essa razão; às vezes olhamos e pensamos: deve ser estrangeiro; foi só por isso; penso que era; talvez fosse.
Levava no olhar a relativa segurança do verdejante tom.
Hora e meia depois voltei à estrada,(rua), para o regresso. O mesmo trajecto, em sentido inverso e feito de igual conteúdo.
Abrandei no mesmo semáforo; aproximava-se alguém com a nítida vontade de atravessar a estrada; era um homem de meia idade que transportava uma mochila e vinha do centro comercial; parei no vermelho que o mecanismo entretanto digitado pelo homem me mostrou; acho que era estrangeiro; talvez fosse.